Ilhas Cayman: Jessie’s, a maravilhosa lanchonete natureba

Ambiente claro, moderno e agradável do Jessie’s Juice Bar

Posso dizer que restaurantes, bares, lanchonetes e afins são minha vida: toda semana vou a dez, no mínimo. Quando viajo, o número é ainda maior porque quero conhecer tudo o que posso, a cada segundo. Então, já estive em milhares. De todos os tipos. E até hoje, o único que me deu vontade de ter pra mim – virar dona, mesmo- foi o Jessie’s Juicy Bar, nas Ilhas Cayman. O conceito do empreendimento, a execução, a decoração, a comida, o serviço, tudo me agradou no Jessie’s.

Wraps orgânico de gostosa massa feita com frutas e verduras previamente passadas na centrífuga (e que viraram suco), com recheio de avocado, cenoura, uvas e espinafre local

Enquanto muitos chefs famosos falam por aí da importância de uma alimentação mais saudável, do uso total dos ingredientes, da opção por orgânicos, etc e tal- mas, na real, utilizam só as partes nobres e mando o resto pro lixo (pra dar só um exemplo)-, essa pequena lanchonete no meio das Ilhas Cayman, comandada pelo casal Jessie e Lachie, efetivamente COLOCA EM PRÁTICA tudo isso.

Tudo lá é orgânico. Algumas coisas, veganas. Não há uso de farinha ou açúcar brancos. Cada ingrediente é fresco e da estação. E, acima de tudo, eles dão uma aula de como aproveitar a totalidade dos ingredientes de maneira fácil e GOSTOSA (sim, porque não adianta fazer algo com gosto de “resto” e querer que a galera bata palma).

Café da Flórida feito com infusão a frio e, no copo, misturado a leite de amêndoas: nunca vi no Brasil

O coração do Jessie’s são os sucos naturais e os smoothies: banana, maçã, espinafre, cenoura, morango, laranja, couve, tudo vai para a centrífuga na hora do pedido. Alguns deles: Smoothies como o Almond Bob (manteiga de amêndoa e banana), o Harlem Shake (leite de amêndoa com chocolate, manteiga de amêndoa, banana e espresso) e o Strawberry Shortcake (morango, banana e agave). Mas o que fazer com todas as fibras purinhas que sobram no aparelho? Aí é que eles tiveram a sacada: toda essa “pasta” de vegetais e frutas é misturada com linhaça e farinha de amêndoas, aberta com rolo, levada ao forno e se transforma na massa  dos Wraps da casa! E são uma delícia, crocantes, leves.

Brownie vegano de maçã e coco: boooom mesmo

Outra coisa pela qual me apaixonei: eles produzem o próprio Kombucha. Desde que conheci, neste ano, em Nova York, Kombucha virou um vício pra mim – só quando estou nos EUA, porque não conheço nenhum lugar que o venda no Brasil….

Kombucha é uma bebida resultante da ação de uma colônia de bactérias e leveduras sobre chás; foi criada na China há mais de dois mil e duzentos anos. O processo é assim: escolhe-se qualquer chá (cada tipo resultará em um sabor distinto; a mistura deles, em bebidas mais complexas; a adição de frutas, apesar de tornar a fabricação mais complicada, tem um resultado final ainda mais delicioso), coloca-se açúcar (o alimento da bactéria, o agente transformador) e a colônia de Kombucha. Alguns dias depois, o açúcar terá desaparecido e em seu lugar surgirá o gás e uma quantidade minúscula de álcool. O que terá “nascido” é um chá espumante de borbulhas pequeníssimas, delicadas, com sabor levemente ácido – algo entre a cidra e o champanhe- e diversos (alegados) benefícios para a saúde, como melhora na digestão e no sistema imunológico, purificação do fígado e ajuda no processo de emagrecimento.

Eu AMO AMO AMO Kombucha e os do Jessie’s- são mais de 20 sabores e o meu preferido foi a mistura de chá verde, pera e gengibre- foram os melhores que já tomei. Ah, sim:  o líquido é colocado em garrafas de vinho vazias que, caso o cliente retorne quando for comprar o próximo, ele ganha desconto. Isso é postura sustentável.

Kombucha artesanal: QUERO EM SÃO PAULO!

Curti demais também o Panther Coffee- empresa de Miami que trabalha apenas com microlotes de El Salvador, Guatemala, Venezuela, Brasil e Etiópia e faz sua própria torra- feito através de infusão a frio. Jessie diz que o método – o café é coado com água gelada e deixado 18 horas em imersão- quebra determinadas moléculas que liberam mais as notas adocicadas do café. Só sei que achei um tesão, cítrico, refrescante. Melhor ainda com um tiquinho de leite de amêndoas. Acompanhei com um delicioso brownie vegano – acreditem, estava bom!- de maçã e coco e saí de lá com quatro vidros de chutneys caseiros. Todas as receitas são da Jessie.

Alguém aí quer ser meu sócio num Jessie’s Juice Bar em São Paulo 🙂 ?

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