Suíça: lindo e saboroso destino a menos de 3 horas de trem da França

Uma vez em Paris, faça como os parisienses: verão é sinônimo de piquenique! Aqui, no Jardim de Luxemburgo

Uma vez em Paris, faça como os parisienses: verão é sinônimo de piquenique! Aqui, no Jardim de Luxemburgo

Brasileiros amam a França. Por ano, centenas de milhares de nós vamos para lá, especialmente para Paris. Fato que compreendo completamente: Paris é uma das minhas cidades preferidas no planeta. Comida, beleza, história, arquitetura, sossego ou agito, cultura, comida, comida, comida…

Vinorama, em Lausanne: loja com dezenas de rótulos de produtores locais

Vinorama, em Lausanne: loja com dezenas de rótulos de produtores locais

Eu nunca havia cogitado trocar dois ou três dias na França por dois ou três dias na Suíça. Pouca gente cogita, aliás. Parece que a maioria das pessoas, quando se trata de viagem, opera em apenas dois modos: o “conhecer-o-máximo-de-cidades-no-mínimo-de-tempo” (no qual não me enquadro) e o “quero-sossego-e-poucos-destinos” (meu número!).  Mas há um terceiro, que aprendi recentemente: “juntar-o-bom-com-o-ótimo”, também chamado por mim de “Combinado Franco-Suíço”.

França – Suíça em alta velocidade
De matar de lindo! Vinhedos de Lavaux à beira do lago Genebra, em Lausanne, na Suíça

De matar de lindo! Vinhedos de Lavaux à beira do lago Genebra, em Lausanne, na Suíça

Lausanne me ganhou por completo. Bastaram alguns dias por lá para voltar impregnada com as sensações causadas pelas paixões: suspiros, lembranças de bons momentos a todo instante, vontade de falar a respeito sempre que vê uma oportunidade.

As tranquilas ruas de Lausanne.

As tranquilas ruas de Lausanne.

A deslumbrante Lausanne, à beira do lago Genebra, fica a apenas 3h40 de TGV (trem de alta velocidade) de Paris – ou seja, dá tranquilamente para passar um final de semana por lá se suas férias estão esquematizadas na França. Mas, eu digo: passe mais do que 48 horas em Lausanne…

Aliás, o TGV liga rapidamente várias cidades francesas à suíças como Genebra-Lyon, Dijon-Zurique, Lausanne-Paris, Paris-Basileia, entre outras. O tempo de qualquer um desses percursos é inferior a 4 horas.

Passeio de barco pelo Lago Genebra: um belo programa em Lausanne

Passeio de barco pelo Lago Genebra: um belo programa em Lausanne

Voltando a Lausanne: assim que se chega a cidade, ainda dentro do trem, já é possível notar os vinhedos à beira lago e os alpes ao fundo. De matar de tão belo. Estes vinhedos também podem ser visitados a pé, com paradas para degustação nas pequenas vinícolas – a maioria, familiar – que tem 80% da sua produção focada na uva branca Chasselas. E cada passo dado é acompanhado pela paisagem serena do lago, onipresente em seus tons azuis-esverdeados. Querendo comprar alguns dos vinhos provados (ou para beber mais), vá a Vinorama, loja com centenas de rótulos produtores locais.

Barras de chocolate de diferentes partes do mundo e, minha preferida, com temperos mexicanos na ótima Durig, em Lausanne

Barras de chocolate de diferentes partes do mundo e, minha preferida, com temperos mexicanos na ótima Durig, em Lausanne

Longe da água, no centro da cidade, as chocolaterias dão até palpitação. Não deixe de provar os estupendos bombons e sorvetes da Blondel, marca que existe desde 1950. Na Durig comi excelente chocolate com especiarias, com adição de temperos e pimentas mexicanas – para melhorar, 100% da matéria-prima da marca é orgânica e fair trade, ou seja, não envolve nenhum tipo de trabalho escravo e/ou semiescravo, infelizmente bem comum no setor.

Blondel-confiseur, em Lausanne: uma das melhores chocolaterias da Suíça - fundada em 1850 - dá pra sentir na primeira mordida a diferença que um BOM leite faz num chocolate.

Blondel-confiseur, em Lausanne: uma das melhores chocolaterias da Suíça – fundada em 1850 – dá pra sentir na primeira mordida a diferença que um BOM leite faz num chocolate.

Lausanne-Dijon: conexão chocolate-mostarda
Lindo Hotel Le Cep, em Beaune, na Borgonha: recepção com champanhe. Assim que eu gosto!

Lindo Hotel Le Cep, em Beaune, na Borgonha: recepção com champanhe. Assim que eu gosto!

São apenas duas horas de TGV para sair da paz do lago de Lausanne para os vinhedos da Borgonha, na região entre Dijon e Beaune. Duas horas que levam o queijo Tomme, especialidade suíça de leite de vaca cru, e trazem os franceses Chaource e Epoisses. Duas horas que nos fazem sair da Chasselas e entrar na Pinot Noir e na Chardonnay.

Vielas de Gevrey-Chambertin, na rota dos Grand Crus, na Borgonha

Vielas de Gevrey-Chambertin, na rota dos Grand Crus, na Borgonha

Uma vez na região, não deixe de ir a alguma boa loja e/ou fábrica de um de seus produtos mais famosos, a mostarda. Por levar quantidade maior de grãos do que qualquer outra no mundo, seu sabor é inconfundivelmente mais potente. Na Edmond Fallot Moutardie encontra-se quase 30 variedades, das quais minhas preferidas são a com nozes, a com curry e a com aceto balsâmico. A famosíssima Maille também fica por ali.

Detalhe dobar do lindo hotel Le Cep

Detalhe dobar do lindo hotel Le Cep

A"pequena" variedade de mostardas Dijon da Edmond Fallot Moutardie em... Dijon, claro

A”pequena” variedade de mostardas Dijon da Edmond Fallot Moutardie em… Dijon, claro

Acorde cedo pelo menos um dia e passeie, sem pressa, no mercado Les Halles. Peixes e carnes fresquíssimos, frutas, verduras, queijos, meles, doces… Aquela festa e, pra mim, sempre um dos programas que mais amo quando viajo. Pare por uma meia hora e peça uma taça de vinho da região no wine-bar bem no meio do mercado – você nem precisa largar o saco de compras pra beber!

Mel de Jura (região francesa) no mercado de Dijon

Mel de Jura (região francesa) no mercado de Dijon

O belo mercado central de Dijon

O belo mercado central de Dijon

Ao redor dele funcionam vários restaurantes, entre os quais recomendo o DZ’Envies, com competente comida contemporânea com uso, primordialmente, de ingredientes sazonais e locais.

Bar de vinho no meio do mercado de Dijon

Bar de vinho no meio do mercado de Dijon

Homard (parente da lagosta) com legumes da estação no DZ'Envies, em Dijon

Homard (parente da lagosta) com legumes da estação no DZ’Envies, em Dijon

Ao lado de Dijon fica a pequena Beaune, conhecida com a capital do vinho da Borgonha. Por lá encontra-se diversos wine-bars, lojas com degustação, um restaurante que me proporcionou a melhor refeição da viagem e o hotel mais aconchegante do trajeto.

A estonteamente mesa com quase 40 tipos de queijos franceses do Loiseau des Vignes, restaurante uma estrela Michelin em Beaune

A estonteante mesa com quase 40 tipos de queijos franceses do Loiseau des Vignes, restaurante uma estrela Michelin em Beaune

O restaurante é o Loiseau des Vignes, do falecido e celebrado chef Bernard Loiseau, que inspirou o personagem do cozinheiro de Ratatouille. O hotel, o Le Cep, instalado em dois prédios do século XVI.

Esquema de quantidades proporcionais dos ingredientes que compõe a tradicional mostarda de Dijon

Esquema de quantidades proporcionais dos ingredientes que compõe a tradicional mostarda de Dijon

Chateau Du Clos De Vougeot, na rota dos Grands Crus, na Borgonha. A "casinha" aí da foto (abadia, na verdade) foi construída no século doze por monges, já para fazer vinhos.

Chateau Du Clos De Vougeot, na rota dos Grands Crus, na Borgonha. A “casinha” aí da foto (abadia, na verdade) foi construída no século doze por monges, já para fazer vinhos.

Um dos pratos do menu degustação do Loiseau des Vignes: risone com espuma de ervilha, avelãs crocantes e presunto Parma

Um dos pratos do menu degustação do Loiseau des Vignes: risone com espuma de ervilha, avelãs crocantes e presunto Parma

Por que selfie também faz parte da viagem! :)

Por que selfie também faz parte da viagem! 🙂

Então, já sabe: indo pra França, “encaixe” a Suíça. E se pensa que a Suíça é muito cara, eu digo: Londres continua muuuuuito mais …

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