Osteria del Pettirosso: cozinha romana artesanal e prazerosa

Nhoque alla sorrentina :molho de tomate, pecorino, mozzarella de búfala ou taleggio (você escolhe) gratinado

Pego a Al. Lorena sempre que volto dos Jardins pra minha casa, em Perdizes. Sempre vejo a Osteria Del Pettirosso ali, ao lado esquerdo, meio escondida, quase esquina com a Av. Rebouças. Todas as vezes repito mentalmente,”Puts, preciso conhecer esse restaurante”, mas o tempo passa e o acabo preterindo, sem querer. Ontem, finalmente, passei em frente, dei a volta no quarteirão, estacionei e entrei. Ainda bem.

Não ligue pra decoração “casa de avó do interior”, com quadros de gosto duvidoso (no caso, um painel com uma foto imensa da Itália), cadeiras com estampas florais ou vasos de plantas típicas de sacada de apartamento de casa de solteiro (aquelas que não precisam ser regadas com frequência): muito mais que um ambiente cool e moderninho, tão característico dos Jardins, a Osteria é um bom restaurante, mesmo (não tão característico no bairro…). Um restaurante do melhor tipo: com alma.

Polenta cremosa, servida em prato de sopa, coberta por um apurado ragu de tomate, costela de porco, linguiça toscana e funghi porcini; o couvert com pães medíocres; ótimo sorvete artesanal de atemóia

O chef é o romano Marco Renzetti, casado com a brasileira Érika Andrade, responsável pelo salão. Marco oferece a seus comensais receitas clássicas da região de Roma, ótimas massas feitas na casa, embutidos feito na casa e sorvetes feitos na casa: ali, a cozinha é movida a artesanato, a amor pelo processo. A rusticidade presente em quase todos os pratos- tanto no visual quanto nos ingredientes, básicos, clássicos e de qualidade- é um alento para mim, que não aguento mais a beleza estética em detrimento do sabor. Esse toque rústico pode ser encontrado na saborosa polenta cremosa, servida em prato de sopa, coberta por um apurado ragu de tomate, costela de porco, linguiça toscana e funghi porcini (R$ 44, a grande, bem farta; R$ 27, a pequena).

Tonnarelli all’amatriciana

Pedi o Tonnarelli all’amatriciana (R$ 44). A massa, parecida com um espaguete gordo e chato, é fabricada no restaurante com semolina de trigo duro e ovos caipiras, e veio no ponto de cozimento e textura simplemente soberbos. O molho de tomate, apurado, continha pequenos e crocantes pedaços de guanciale, queijo pecorino e toque de pimenta. Há alguns meses não tinha tanto prazer ao comer uma pasta. Daquelas de babar até o queixo.

Outra beleza: nhoque. Se você gosta de molho de tomate fresco e leve, peça o alla sorrentina (R$ 43), que vem com ele, pecorino, mozzarella de búfala ou taleggio (você escolhe) gratinado. Os nhoques de batata – nuvens macias-, estão entre os melhores de São Paulo. Há também carnes, risotos (feitos na hora do começo ao fim, por isso demoram cerca de 30 minutos), peixes, mas eu queria mesmo uma boa massa.

Um dos melhores tiramisú da cidade, montado na hora

Na sobremesa, pirei no sorvete artesanal de atemóia (R$ 18) e em um dos melhores tiramisú da cidade, montado na hora, extremamente fresco, com mascarpone aerado e farto no café (R$ 18).

Osteria del Pettirosso: Al. Lorena, 2155, Jardins, tel.: (11) 3062.5338 / (11) 3062.4531

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