A receita para um bom drinque? Curiosidade, pesquisa e treinamento incessante

Drinques comunitários no final da Fraternidade Ketel One: tarde de aprendizado e profissionalização para bartenders

Drinques comunitários no final da Fraternidade Ketel One: tarde de aprendizado e profissionalização para bartenders

Coquetelaria é algo tão complexo quanto gastronomia. É gastronomia, em si. Tanto no bar quanto na cozinha é necessário dominar técnicas, conhecer profundamente a matéria-prima, ser quase neurótico com a dosagem de cada ingrediente, treinar, testar, experimentar, criar. Estudar. Muito. Sempre.

Barmen e cozinheiros tem a mesma função: transformar o bom em algo único, harmônico. Guiar o ingrediente ao seu melhor. Um serve sua criação no prato; o outro, no copo – essa é, pra mim, a única diferença.
Zulu, o bartender campeão brasileiro do maior concurso  de coquetelaria do mundo, o Diageo World Class: experiência compartilhada com os companheiros de profissão

Zulu, o bartender campeão brasileiro do maior concurso de coquetelaria do mundo, o Diageo World Class: experiência compartilhada com os companheiros de profissão

Por isso treinamento é essencial: sem conhecimento, bebidas e ingredientes, por melhores que sejam, morrem em meio a combinações equivocadas e preparos mambembes. E nessa, o cliente paga a conta e se desaponta… Sem aperfeiçoamento constante e curiosidade vibrante (para mim, qualidades essenciais a profissionais brilhantes), para-se no tempo. Não há progresso pessoal ou profissional. Não imagino um bom cozinheiro ou bartender que não vá à feira e mercados, cheire, sinta, prove, leve itens para casa, teste…

Martini de maçã verde com Ketel One

Martini de maçã verde com Ketel One

Hoje no Brasil, temos dezenas de cursos profissionalizantes de gastronomia, em todas suas áreas: confeitaria, padaria, salumeria… Porém na coquetelaria ainda estamos aprendendo a engatinhar. Outro agravante é a escassa bibliografia sobre o assunto traduzida para o português. Por isso são tão importantes projetos como este da Diageo, a Fraternidade Ketel One, que reúne bartenders de todo o Brasil para palestras, troca de experiências, discussão de tendências e vivências relativas a ofício.

Greyhound Maison: drinque de Zulu para o La Maison est Tombée leva

Greyhound Maison: drinque de Zulu para o La Maison est Tombée leva Ketel One, Aperol, suco de grapefruit, Zulu Orange Bitter e Bitter Truth Grapefruit

Nesta semana tive a oportunidade de comparecer à primeira Fraternidade, realizada em São Paulo (haverão várias anualmente, no eixo Rio- SP). Além de conseguir entender melhor as limitações práticas dos profissionais da área (proprietários de bares e restaurantes que “não acreditam” em ter bar de qualidade, pouca interação entre cozinha e bar – o que encerra as possibilidades de otimização de ingredientes – entre outros), foi interessante notar como essa rede de ajuda mútua é um tremendo estímulo para o aprimoramento do trabalho. Bem porque, todos ali querem evoluir para ganhar o título de melhor bartender nacional, e concorrer ao internacional, no maior concurso da área no mundo, o Diageo World Class… 

Murilo Marques, embaixador do portfólio Reserve da Diageo, comandando o debate com os bartenders de todo o país

Murilo Marques, embaixador do portfólio Reserve da Diageo, comandando o debate com os bartenders de todo o país

Utilíssima também a palestra da Givaudan, empresa química especialista na criação de aromas, sobre o processo cerebral e sensorial de compreensão de cheiros e sabores. E divertido o teste cego pelo qual todos, inclusive eu, passaram: identificar o aroma dentro de 10 caixas pretas, com o interior perfurado, tendo apenas 1 minuto para cada dupla. Pensa que é fácil?! Tenta pra você ver! Por isso mesmo é tão, tão importante: quem trabalha com comida PRECISA ter a percepção aguçada e uma biblioteca sensorial rica. 

Informação de qualidade é mesmo o melhor ingrediente do universo. 

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