Muquifo: a casa de comidão afetivo da chef Renata Vanzetto

Arroz de carne de panela do Muquifo: muita carne, pouco arroz

“Comidão”, pra mim, é aquela refeição farta e cheirosa no qual todo mundo se joga sem muitas análises – e com muita fome. E é exatamente assim o Muquifo, nova casa da chef Renata Vanzetto.

Fachada da nova casa da chef Renata Vanzetto

O menu do Muquifo traz receitas de família fartas em pão, massa, manteiga, queijo, maionese… Não se trata de uma releitura gastronômica dos pratos familiares – são eles mesmos ali, praticamente sem alterações.

Sardinhas Camargos, do Muquifo: cozidas na panela de pressão com vinagre, cebola, ervas, tomate e pimenta

Decerto não é um restaurante de comida delicada: a pegada é mesmo a afetiva familiar, sem receio de ser over. É quase como entrar num episódio do programa da Nigella: creme de parmesão, parmegiana, bolonhesa, brigadeiro, pudim…

São onze sugestões de entradas, que podem tanto servir a esse papel como se tornar a refeição principal no sistema “meio da mesa pra todo mundo pegar”. As macias Sardinhas Camargos – cozidas na panela de pressão com vinagre, cebola, ervas, tomate e pimenta – são servidas (é servida, no caso, porque vem apenas uma) com salada de cebola cozida, pão e manteiga (R$ 18).

Da Casa, do novo Muquifo Restaurante: rigatoni com molho à matriciana, lulinhas empanadas e fritas e fatia de pão pra chuchar no molho

A deliciosa Salada da Mina é montada com escarola crua, parmesão ralado, nozes e crocante de pão com molho “secreto” que, se não me engano, tem base de anchova (R$ 26). Há também Couve flor inteira assada com sálvia, noz moscada e farelo de pão sobre creme de parmesão (R$ 34) e dupla de bolinhos fritos de espaguete à matriciana (tomate, guanciale, pecorino e azeite; R$ 16), entre outros.

Salão do Muquifo, nova casa da chef Renata Vanzetto

Os sete principais tem, quase todos, acento italiano. O Manetti traz espaguete com molho do Ado (sócio de Vanzetto), a base de creme de leite e páprica (R$ 48; adicionando polvo grelhado, R$ 80). O “da casa” é um prataço de rigatoni com molho à matriciana, que deveria apurar mais tempo para ganhar sabor, lulinhas empanadas e fritas e fatia de pão pra chuchar no molho (R$ 65).  Se sobrar.

Salada da Mina é montada com escarola crua, parmesão ralado, nozes e crocante de pão com molho “secreto” que, se não me engano, tem base de anchova

Farto em carne (fraldinha super bem cozida, desfiando ao toque do garfo), o Arroz de carne de panela “queimadinho” (R$ 60) não veio queimadinho e quase não tinha arroz. Inverter a proporção de arroz e carne faria um bem danado ao prato, resultando em leveza/equilíbrio e ressaltando os sabores dos gostosos acompanhamentos (escarola, cebola, casca de batata frita e aioli de alho assado).

Também na linha ‘conforto’, há estrogonofe de sobrecoxa com arroz e batata palha (R$ 55), parmegiana de mignon com burrata, arroz e batata palha (R$ 70) e batata assada com creme de leite e manteiga ‘com caldo mágico industrializado’ (?!) acompanhada por filé mignon à milanesa (R$ 67).

Torta Romeu e Julieta da confeiteira Marilia Zylbersztajn (R$25 a fatia)

Entre as sobremesas, Torta Romeu e Julieta da confeiteira Marilia Zylbersztajn (R$25 a fatia), Pudim (R$ 18) e brigadeiro com bolacha maisena e canela (R$ 12).

Durante a semana, o almoço executivo (entrada e prato) custa R$ 52.

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