Casa de Ieda: receitas da Chapada Diamantina em Pinheiros

Bolinho de estudante com queijo coalho e molho lambão da Casa de Ieda, em Pinheiros

A comida brasileira vem, aos poucos, ganhando espaço na cena gastronômica paulistana – e isso muito me alegra. Precisamos, mesmo, nos orgulhar do (pouco) que temos de bom num país tão castigado. Sem dúvida, nossos ingredientes e receitas são tesouros culturais.

Salão do pequeno Casa da Ieda, restaurantes especializado em receitas da Chapada Diamantina

A inauguração de casas como Balaio, Quibebe, FitóBenedita, Maria Farinha, e Vista Café mostram que o paulistano vem perdendo o tolo preconceito com baião de dois, galinhada e cuscuz. Começa a ultrapassar a colonizada ideia de que comida brasileira não é ‘chique’ (legal mesmo é restaurante italiano, francês, japonês…) e só serve para almoço de segunda a sexta.

Godó de banana com carne de sol, arroz vermelho e picles de jiló e maxixe

O mais novo restaurante a homenagear a  gastronomia nacional – especificamente a da Chapa Diamantina-, é o pequeno Casa de Ieda, em Pinheiros. Criado pelos mesmos sócios do Bocapiu FoodTruck, tem Ieda de Matos a frente da cozinha. Seus pratos, baseados nos ingredientes abundantes na região, são saborosos e fartos, caso do Godó (espécie de cozido) de banana com carne de sol, arroz vermelho e suave conserva de jiló e maxixe (R$ 28).

Porção mista de Bolinho de estudante com queijo coalho e de Bolinho de pirão de queijo recheado com carne de sol Casa da Ieda: parte do menu executivo. Ao fundo, aluá, fermentado de casca de abacaxi

Durante a semana, no almoço, o menu executivo custa R$ 35 e inclui dupla de Bolinho de estudante  – feito com tapioca, muito conhecido em sua versão doce – com queijo coalho ou de Bolinho de pirão de queijo recheado com carne de sol (aos sábados, a porção de cada um deles custa R$ 15), prato principal e sobremesa.

Baião de dois vegetariano com conserva de maxixe e jiló do Casa da Ieda: farto e saboroso

O cardápio é sempre conciso e variável, podendo trazer Baião de dois da Ieda (arroz, feijão de corda, carne de sol, queijo coalho) acompanhado por farofa e molho lambão (R$ 28),  Baião de dois vegetariano (R$ 25) e Arroz de garimpeiro (R$ 27). Feito ali, o aluá (R$ 8) acompanha muito bem a refeição. Este refresco de origem indígena, trata-se de um fermentado de casca de abacaxi com agradáveis notas azedas e secas. Preferindo algo mais potente, há cachaças – Sanhaçu e Caraçuipe, entre outras – e cervejas artesanais.

Sobremesa que pode aparecer no menu do novo Casa da Ieda: creme de tapioca com furrundu, doce de mamão verde

A única sugestão diária de sobremesa pode trazer o gostoso creme de tapioca coberto por furrundu (R$ 8), doce mamão verde com rapadura e coco seca, que peca pelo excesso de açúcar.

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