Terrasse: cozinha esmerada no novo mediterrâneo de São Paulo

ESTABELECIMENTO FECHADO

Bem em frente ao Ráscal do Itaim, nasceu o Terrasse.  A casa idealizada por Michel Saad e Marcelo Carvalho, com a chef Vanessa Tréfois no comando da cozinha, está aberta somente há um mês. Sua inauguração–  festa badalada que reuniu famosos, socialites, modelos e muita gente rica–, foi notícia em todas as colunas sociais de São Paulo. Apesar disso, estava bem vazio na noite de terça em que fui conhecê-lo (o maitrê disse estar lotando nos almoços, no qual disponibilizam uma mesa de saladas e alguns pratos do dia por R$ 43). Só não fiquei no lindo terraço do andar superior porque estava uma noite gelada.

O cardápio, claro, é profundamente mediterrâneo, leve e repleto de paninis, carpaccios e tapas. Ah, sim, me agradou muito encontrar tapas que são tapas! Nada de tapas de bolinho de carne ou de nhoque– lá, como deve ser,  levam ingredientes comuns na Espanha (algumas) e são ótimas para dividir (todas), principalmente enquanto se toma os ótimos drinques da casa e o tempo lá fora perde importância. Batatas bravas, gaspacho… Comecei com a Terrasse (R$ 28), que consiste em tapas com patê de foie gras com mel trufado e de brie com cebola caramelizada— o mel quebrou o gosto forte do foie deixando-o mais suave; as cebolas cortadas fininho mantiveram uma certa crocância, perfeita para acompanhar o cremoso brie. Acompanhei com o Formentera (Conhaquye Henessy VSOP, Marie Brizard Péche, tangerina, geléia de pimenta e açúcar de baunilha, R$ 23), deliciosamente frutado e adocicado no começo do gole e picante na garganta.

Ovo. Adoro ovo. Claro que pedi a Provence, trouxinhas de parmesão recheadas com fundo de alcachofra picadinhos e gema de ovo de codorna (R$ 26). Lindas e frágeis, as geminhas moles são dispostas cuidadosamente em cada cestinha, no tamanho certo para ser devorado em apenas uma mordida. Tudo seria perfeito— combinação de ingredientes, texturas– se não fosse pelo fato do gosto potente do parmesão dominar tudo… Talvez fosse mais interessante criar a cesta com uma mistura de queijos para manter vivo o sabor sutil da alcachofra. Para fazer par, o refrescante Puerto Banuz (Nega Fulô, Marie Brizard Vanille e suco de maracujá, R$ 23).

Estou na semana do ragu– já comi três e é apenas quarta… Entonces, fui de Linguine com ragu de linguiça ao molho vermelho (R$ 34). Nada muito picante, massa perfeitamente cozida, embutido sem excesso de gordura, molho encorpado– muito bom. Minha amiga escolheu a vitela à milanesa acompanhada de rúcula e tartar de tomate (R$ 37). Sem dúvida, umas das milanesas mais bem feitas que já provei (sequinha, crocante, morena), mas o prato perde o ânimo na metade: mesmo com a umidade do tomate, a combinação fica seca demais ao longo das garfadas.

Entre as sobremesas, por favor, peça a degustaçaõ de sorbets da casa (R$16). Ótimos, principalmente o de tangerina com cardamomo. Outro doce interessantíssimo é o sorvete de miski com farofa de pistache (R$ 16).

Terrasse: Rua Professor Atílio Innocenti, 101, Itaim Bibi, Tel.: 11 3078-1413

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