1820- The Blue Bar: o mais caro de São Paulo?

R$ 25 de vallet- e não é o Benício Del Toro nem o Hugh Jackmann que entregam o carro; R$ 47 por um drinque de uísque, Jerez e Drambuie; R$ 60 um risoto (e não é de trufas); dose de Blue Label King George V Edition por R$ 300. Estes são os preços “básicos” praticados por um dos bares mais exclusivos da cidade, o 1820 The Blue Bar, flagship da  marca de scotch uísque Johnnie Walker.  Quer impressionar algum chefão do escritório? Lá é o lugar. Bem à la Baretto.

Logo na entrada dá para perceber o que te espera: porta da rua discreta, quase invisível; mais alguns passos e o hostess recepciona os clientes e os encaminha através de uma escada de piso negro completamente silenciosa. Então uma grande porta pesada se abre: parece a sala de estar de um escocês milionário. Boa música vindo de piano de cauda, pesados móveis de madeira e couro, luz baixa, teto folhado a ouro. Sim, teto folhado a ouro. De quartas à sábado tem shows de jazz ao vivo.

Uma vez sentada à mesa, comecei minha incursão pelo drinque que leva o nome da casa, 1820: Green Label, Jerez e Drambuie. Bem feito,  mas caro demais para um primo-irmão do Rusty Nail (uísque, drambuie e gelo), meu drinque casca-grossa preferido. Depois, The Blue (R$ 31): vodka Ciroc, uvas frescas maceradas, limão siciliano, manjerição e… curaçao! Só admito curaçao em drinques feito na beira da piscina em Cancún! Mas sou justa ao dizer que o aroma da erva combinada muito bem com os demais ingredientes; drinque leve, ótimo para as meninas. Vamos ao menu: comandada pelo chef Ronaldo Gomes (ex cozinheiro do Emiliano e L´Hotel), a cozinha tem forte acento italiano. De entradinhas, pedi uma porção generosa de Grana Padano, de qualidade exepcional, e uma porção tímida de ótimas e delicadas bruschettas de tenro funghi porcini ao perfume de alecrim (R$ 28). Meu prato principal foi um correto risoto de aspargos ao perfume de manjericão.

A sobremesa foi sugestão do chef que a criou no L´Hotel: petit gateau de chocolate com laranja, acompanhado de calda de frutas vermelhas. Feito com as pastilhas de chocolate branco com laranja da marca belga Callebaut, o doce tem consistência impecável, é saboroso nas primeiras mordidas mas fica doce demais, de pegar na garganta, nas últimas. Seria muito mais suave e harmônico com algo para quebrar o excesso de dulçor, como um sorbet de frutas vermelhas. Preço: R$ 22.

Ah, sim: deixei meu carro na rua.

1820 – The Blue Bar: Rua Gumercindo Saraiva, 289, Itaim Bibi, tel. (11) 2769-2003 / 2769-2004

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